Orador da solenidade de compromisso, jovem Advogado Vinícius Freitas ressalta missão social da advocacia

11 de junho de 2024 às 12:20h

Na última segunda-feira (11/06), foi realizada na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, a solenidade de compromisso de 44 novos (as) Advogados (as). Durante a solenidade, o jovem Advogado Vinícius Soares Freitas proferiu o discurso em nome dos compromissandos.

O mais novo Advogado fez uma reflexão sobre a importância da advocacia para a sociedade. “Os Advogados não apenas melhoraram o mundo, na verdade, eles o salvaram. Fizeram isso protegendo o homem do seu maior inimigo: o próprio homem,” pontua Vinícius Freitas.

Vinícius também destacou a importância da advocacia para o aprimoramento do Direito e para à busca pela Justiça: “O Advogado, sem desapreço às outras profissões jurídicas, é aquele que mais contribui para a evolução do Direito, justamente pelo fato de não nos reduzirmos a ele, mas por buscarmos seu aprimoramento em busca da realização da justiça. Sem Advogados, doutores, estou convencido de que o mundo seria pior!”.

Confira o discurso na íntegra:

O mundo seria melhor sem os advogados?

Todos defendem médicos, pois não há dúvidas de que, sem eles, a vida seria muito pior. O mesmo se pode dizer dos engenheiros. As civilizações são, muitas vezes, medidas pelos monumentos de sua arquitetura. As pirâmides do Egito e o Coliseu eternizaram egípcios e romanos e são obras admiradas até hoje. Os guerreiros e sacerdotes, por sua vez, muito contribuíram para a construção bélica e moral da nossa sociedade. Mas e os advogados?

Os advogados não apenas melhoraram o mundo, na verdade, eles o salvaram. Fizeram isso protegendo o homem do seu maior inimigo: o próprio homem. Talvez, num mundo diferente, habitado por seres perfeitos, bons, altruístas e pacíficos – como pretendia Rousseau, na sua teoria do bom selvagem – os advogados fossem desnecessários, mas não vivemos em um planeta assim. A propósito, foram nossos antecessores que estabeleceram as regras que favoreceram o convívio social, que desenvolveram técnicas para a resolução harmônica de conflitos, que criaram e fortaleceram as instituições. Ajudaram as esculpir, nos papiros do destino, os princípios e valores fundamentais que norteiam a sociedade. Sem advogados, não haveria democracia.

Muitos gostam de declarar que todos os homens nascem iguais como quem diz sim a um café expresso em uma sala de espera, mas sabemos que nem todos são iguais, não no sentido que nos querem impor: alguns são mais inteligentes, outros mais bonitos, alguns têm mais oportunidades, outros menos. Alguns são mais talentosos na arte, outros nos esportes…Mas há algo neste país diante do qual todos os homens são iguais, há uma instituição que pode tornar um pobre igual a um Orleans e Bragança, um estúpido igual a um Einstein e um ignorante igual a um reitor de universidade. Essa instituição, doutores, é a Justiça. Ela tem suas falhas, devemos reconhecer, mas é por meio dela que nós podemos equiparar o mais simples agricultor ao empresário mais bem sucedido. A igualdade entre os homens não é um fato: é um direito! Por meio dela, temos a oportunidade de dar voz aos oprimidos, dar alento aos esquecidos e restaurar a liberdade dos emudecidos. Liberdade, nas palavras da grande poetisa Cecília Meireles: “É sonho que a alma humana alimenta e não há quem explique e não há quem não compreenda”. Somos nós os herdeiros desse ofício, doutores. Não podemos trazer de volta vidas, mas podemos ajudar a mudar o sentido de muitas delas.

A plenitude de defesa, a nós conferida pela Magna Carta desta República, não é uma expressão vazia, é a nossa ferramenta para estabelecer a justiça nos padrões do devido processo legal. É nisto que reside a nobreza da nossa profissão: podemos, inclusive, suplantar o direito em busca da defesa dos nossos patrocinados, isso porque ele é apenas uma de tantas ferramentas das quais dispomos para realizar nosso intento. O advogado, sem desapreço às outras profissões jurídicas, é aquele que mais contribui para a evolução do direito justamente pelo fato de não nos reduzirmos a ele, mas por buscarmos seu aprimoramento em busca da realização da justiça.

Lembremo-nos, ademais, que estas palavras bonitas não tornam menos árduos os nossos destinos. Pelo contrário, espero que sirvam para não esquecermos – e digo isso a mim mesmo – do tamanho dos nossos desafios. Conforme pontuou o consagrado autor Rudolf Von Ihering, que muito nos consolou no início desta jornada, “A paz é o fim que o direito tem em vista, a luta é o meio pelo qual se atinge esse fim”. Por isso, os causídicos – incessantes na luta pelas garantias – são indispensáveis.

Sem advogados, doutores, estou convencido de que o mundo seria pior!

– Advogado Vinícius Soares Freitas 

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