“Mães solos sistêmicas”: OAB-PI promove ciclo de palestras organizado pela Comissão de Justiça Restaurativa e Direto Sistêmico

31 de maio de 2022 às 12:16h

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Piauí, promoveu nesta segunda-feira (30/05) um ciclo de palestras com a temática “Mães solos sistêmicas”. O evento que teve duração de 3h, aconteceu no auditório da Nova ESA-PI e contou com a presença de diversas palestrantes e especialistas no assunto.

A presidente da Comissão de Justiça Restaurativa e Direto Sistêmico, Gillianne Almeida, enfatizou o quão sofrida é a jornada de uma mãe sem uma rede de apoio. “As mães solos não são necessariamente solteiras ou viúvas. São muitas mulheres solitárias na luta pela educação moral, financeira e afetiva. Nossa missão e mostrar que elas não estão sozinhas”, disse a presidente.

A vice-presidente da OAB-PI, Daniela Freitas, pontuou que é preciso pensar soluções, incluir os homens na conversa e fazer com que as pessoas entendam o papel e as limitações das mães. “Temos mães solos negras que são trabalhadoras informais e que estão dentro da casa de outras mães solos, deixando seus próprios filhos em situação de vulnerabilidade. Essa é uma demanda grande e de debate urgente”, afirmou.

O ciclo de palestras contou com a presença das advogadas e seus respectivos temas: a palestrante e presidente da Comissão de Justiça Restaurativa e Direto Sistêmico, Gillianne Almeida e as debatedoras, advogadas Juliana Amaral e Natália Freitas com o tema: “Mães solos de afeto e com deficiência numa visão Sistêmica”. A segunda a palestrar foi a vice-presidente da OAB-PI, Daniela Freitas e as debatedoras, advogadas Kennia Caldas e Natália Maria com o tema: “A mãe solo negra: uma luta contra o racismo, machismo e sexismo”.

A terceira palestra foi realizada pela Conselheira Federal, Isabella Paranaguá e com as debatedoras, advogadas Ana Letícia Arraes e Patrícia Santos com o tema: “A importância da adoção”. A última palestrante foi a advogada e professora Patrícia Caldas e as debatedoras, advogadas Fabíola Sérvulo e Flávia Cunha, com o tema: “Mães solos: considerações sobre inseminação artificial”.

A LUTA DA MÃE SOLO

A advogada Ravena Mendes foi mãe solo por muito tempo e teve seu primeiro filho com 16 anos de idade. Ela conta que por ser negra e uma adolescente grávida, sofreu preconceitos de todas as formas possíveis. Lembra também que teve apenas um suporte, sua mãe. “Eu costumo dizer que minha mãe era a mãe do meu filho também. Mas ter alguém do meu lado não tornou a maternidade algo mais fácil para mim. Meu filho recém-nascido não conseguia comer e eu ficava de longe, aflita com toda essa situação. Mas eu precisava estudar para garantir o futuro dele”, relatou.

Hoje casada e com seu segundo filho, ela conta que se sentiu “em casa” na palestra que participou. “Ouvi aqui mulheres fortes, determinadas e empoderadas. Eu sonhava em ser assim quando era jovem. Essa palestra tem uma força tão grande que acho que só quem vive nessa situação é capaz de entender.”, disse.

Não muito diferente, a acadêmica de Direito e mãe de três filhos, Gilmara Costa, sendo um deles portador de deficiência, lembra das adversidades para conseguir estudar, trabalhar e cuidar do filho. “Sou casada, mas me considero uma mãe solo. Meu filho se alimenta através de uma sonda e para conseguir realizar meu sonho, que era ingressar na academia, tive que sacrificar muitas coisas”, relata.

Ela falou do quanto a realidade é dura e destaca que uma palestra como essa exerce um papel de apoio à dignidade das mães. “Sou militante da causa da pessoa com deficiência e vejo o quão essencial é debater e falar desse assunto. Passei 27 anos sofrendo com agressões psicológicas e consegui sair disso. Hoje, ajudo outras mulher na mesma situação. Estar aqui essa noite e ouvir mulheres que entendem do assunto e nos estendem as mãos, é algo gratificante”, finalizou.

 

 

 

 

 

 

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