Fides Angélica, primeira mulher a presidir a OAB-PI, é homenageada em exposição do Governo do Estado

5 de setembro de 2022 às 16:57h

Fides Angélica de Castro Veloso Mendes Ommati, primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Piauí, está sendo homenageada pelo Governo do Estado na exposição “Mulheres Pioneiras no Piauí”. Membra Honorária Vitalícia da Ordem, ela compõe um grupo de 29 mulheres representadas por suas trajetórias de destaque e serviços prestados à sociedade.

O protagonismo da advogada de 77 anos de idade é citado na exposição como exemplo de liderança e fomento à causa jurídica e acadêmica no Brasil. A amostra lembra que Fides Angélica também exerceu o cargo de procuradora do estado.

“Sinto-me bastante honrada com a homenagem. Às vezes, eu fico pensando se mereço. A minha luta sempre foi grande, e tem que ser mesmo. Continuo sempre achando que ainda não fiz tudo que devo fazer, tenho muitas ideias e corro atrás delas”, diz Fides Angélica, emocionada ao receber a honraria.

O presidente da OAB-PI, Celso Barros Coelho Neto, falou sobre a importância de homenagear mulheres. “São pessoas que dedicaram e ainda dedicam a sua vida em prol de uma causa. É importante esse reconhecimento para que a equidade possa ser uma realidade em todas as áreas ”, pontuou.

CARREIRA

A advogada e escritora foi ainda conselheira federal da Ordem; fundadora e presidente da Escola Nacional de Advocacia (ENA); reitora da Escola Superior de Advocacia do Piauí (ESAPI). Atualmente, exerce a função de presidente da Academia Piauiense de Letras Jurídicas (APLJ) e ocupa cadeira na Academia Piauiense de Letras (APL).

“Acho que a vida de qualquer pessoa depende do que ela pode fazer pelos outros. É isso que orienta a minha vida. E principalmente quando se trata de mulher, nós temos que nos dedicar para ser muito melhores”, diz Fides.

ELIZABETH AGUIAR, DECANA DA DEFENSORIA PÚBLICA DO PIAUÍ

A exposição homenageia também a defensora pública do Estado do Piauí, Elizabeth Memória Aguiar. Elizabeh tem o legado relembrado no fortalecimento dos serviços de amparo aos mais humildes ao longo de sua trajetória como servidora pública.

“Até me surpreendi com essa homenagem. Continuo trabalhando, com o mesmo zelo, não me aposentei, com mais de 42 anos de serviços na defensoria. Isso tudo não me dá só pioneirismo, como também vanguarda, porque eu sempre olhei muito mais à frente do meu dia a dia, sempre procurei dar dignidade às pessoas mais carentes”, revelou ela.

Para ela, não basta realizar seu ofício de forma exemplar, é preciso ir além.“A defensoria foi o caminho que encontrei para mostrar para o povo aquilo que se pode fazer pelo outro. Porque não vale a pena você só ter competência no seu trabalho, mas tem que entender e se colocar no lugar do outro para cumprir melhor a sua missão”, concluiu a defensora pública.

IRACEMA SANTOS ROCHA

Outra homenageada foi a advogada, professora, filósofa e jornalista Iracema Santos Rocha. Ela foi perseguida durante a Ditadura Militar de 1964, tendo sido a única mulher presa no Piauí sob a acusação de comunismo e subversão.

Em entrevista recente para a imprensa local, ela declarou que sua principal bandeira era a luta por direitos iguais entre homens e mulheres. “Eu sempre acreditei que a mulher tem que ter os mesmos direitos dos homens. Fui a favor da Revolução Industrial e desde então fui perseguida e censurada. A primeira vez que passei por isso foi durante um discurso no rádio, ao lado de Petrônio Portela. Cortaram a minha palavra. Dias depois, fui presa e vivi os piores pesadelos”, relata Iracema.

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