Álvaro Fernando Mota
Advogado
No dia em que a OAB-PI celebrou seus 85 anos de fundação, encontrei-me com o mestre Celso Barros Coelho. Firme e forte, com seus 95 anos, muito bem vividos, deu-me o prazer de uma conversa longa, na qual, em vez de olhar para o passado – como a gente equivocadamente espera dos mais experientes – mirou foi para o futuro. Isso faz toda a diferença em relação a este homem que ensinou e muito ainda tem a ensinar às gerações de advogados.
É impressionante a vitalidade de um homem que, a cinco anos de fazer um século de vida, se coloque preocupado e disposto a fazer as coisas acontecerem. Em nossa conversa, falou sobre o futuro da Advocacia em tempos de tecnologia avançando muito mais rápido que os costumes e a própria lei.
Mas se olha para o futuro com preocupação, Celso Barros também evidencia o carinho que se deve ter com o passado – daí porque ele lembrava os 100 anos da Academia Piauiense de Letras, da qual é um dos mais atuantes membros, presente em reuniões semanais que há pelo menos um ano tem sido também o espaço para o lançamento de livros e resgate de fundamentais obras da literatura piauiense, numa feliz iniciativa capitaneada pelo presidente Nelson Nery Costa.
Diante da vitalidade de Celso Barros, fica ainda mais engrandecida a história deste homem público do Piauí nascido no Maranhão, Estado que emprestou às terras piauienses alguns luminares, como Vicente Ribeiro Gonçalves, Bernardino Soares Viana e seu irmão Luís Gonzaga Soares Viana, o historiador Fonseca Neto e tantos outros que, cruzando o rio Parnaíba, aqui fizeram morada.
Celso Barros honra, portanto, dois Estados, a profissão que abraçou e as causas e as ideias nas quais acredita. Aliás, foram certamente ideias e ideais que o moveram a tornar-se um advogado conceituado e um líder entre seus pares, presidindo, por dez anos, a Secional da OAB no Piauí. Sobre isso, ocorre até de se lembrar aqui que ele nasceu dez antes da seccional da OAB do Piauí e como por dez anos foi seu presidente, a coincidência do número dez, neste caso, até nos permite uma divertida ilação para lembrar que Celso Barros Coelho é um advogado nota dez.
Como não basta a uma pessoa ser notória e excepcional somente como profissional, é razoável que se olhe para Celso Barros ainda como um professor, intelectual, político e cidadão. Também em todas essas searas destacou-se pelo seu comportamento exato e reto, sempre desposando ideias sociais justas e uma prática que se coadunou sempre ao discurso.
Foi um deputado federal atuante pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposição à ditadura militar. Em um ambiente que se exigia ser duro, Celso Barros não se fez de rogado, porém não fez confusão entre combater com coragem e ser incendiário, sempre buscando estabelecer no diálogo a mais eficaz ferramenta para o restabelecimento do Estado de direito, o que veio a ocorrer.
Então, diante da estatura moral, ética e intelectual que se assenta sobre 95 anos de uma história pessoal bela e rica, cabe dizer muita coisa, mas possivelmente uma das mais importantes é resumida num expressão até corriqueira: obrigado, Doutor Celso!
Álvaro Fernando da Rocha Mota é advogado. Ex-Presidente da OAB, atual Presidente do Instituto dos Advogados.
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